sexta-feira, 10 de agosto de 2007

BANCO ITAÚ E O DESRESPEITO AOS CLIENTES

Segurança da esquerda dizendo para não fotografar e segurança da direita que havia permitido a entrada do cliente quando percebeu que estava sendo fotografado.

Há muito tempo que estou querendo me manifestar quanto a maneira como somos recebidos nos bancos. Claro que se você estiver de terno, for branco, e aparentar ser uma pessoa "do bem" ou "de bens", será bem recebido pelos seguranças que trabalham no banco. Porém se você for negro, e não aparentar ser uma pessoas de "bens", talvez se extresse.

O que afirmo não é uma constatação só minha, caso contrário não teria acontecido um assassinato de um homem negro, cliente do banco ITAÚ, no centro do Rio, cometido por um segurança também negro.

O sistema de segurança do banco trava a porta giratória quando se está portando metais, que podem ser moedas, chaves, ou qualquer outro metal, sendo destravada pelos seguranças.

Nunca tenho muita paciência já que tenho uma placa de metal no meu braço, o que já seria o suficiente para o acionamento da trava. Entretanto sempre me enquadro, me antecipando e colocando meus metais no local reservado.

Esta semana fui ao ITAÚ da rua Debret, no centro, fazer uma operação. Ao chegar como já sabia o que aconteceria, coloquei no local designado meu chaveiro, o celular e minha camêra fotográfica. O segurança perguntou se tinha alguma coisa dentro da mochila, e eu disse que não. Entrei!

Após minha entrada fiquei de olho no comportamento do segurança. O homem que estava entrando era um negro, e mesmo sem mochila, ficou um tempão para entrar. Para entender o tempo que ele ficou, observei o comportamento, tirei a camêra que já estava na mochila, liguei, o que demorou ainda quase um minuto, virei a camêra e fotografei! Foi quando um outro segurança, que está no canto esquerdo da primeira foto, disse que eu não poderia fotografar! Ai disse: sou cliente, chame o gerente!

Dirigi-me para o caixa automático e realizei minha operação de retirada. Fui para a saída e esperei o gerente. Disse-lhe que havia fotografado e que achava um desrespeito a maneira que os seguranças tratam os clientes do banco e que isso já tinha até causado uma morte! Ele tentou se esquivar e eu perguntei: onde é a saída? Desejei-lhe um bom dia e falei que como cliente ia me manifestar. Ao sair percebi que havia uma fila enorme. O motivo? O segurança para não deixar eu sair havia travado a porta!


O princípio da cidadania é o conhecimento de nossos direitos e deveres, por isso, sabendo como não quero ser tratado, bem como não quero que trate o meu próximo, decidi fazer esse relato.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Não deu na GRANDE mídia...

OS MAIS COMBATIVOS DA ALERJ
Dia vinte e nove de agosto completará quatorze anos da chacina de Vigário Geral. Instituído como projeto de resolução pelo deputado André do PV, o DIA DE LUTA DO POVO CONTRA A VIOLÊNCIA, será lembrado. O deputado disse que chamará os deputados Alessandro Molon (PT) e Marcelo Freixo (PSOL) para realizarem um ato juntos. O motivo do nome dos dois? André justifica: "São os mais combativos na linha de direitos humanos".

terça-feira, 7 de agosto de 2007

DE VOLTA AO RIO!

Algumas pessoas de Maringá, onde morei, até hoje parece que não sabem que voltei para o Rio. Outras pessoas aqui do Rio, conhecidas mas não tão próximas, me perguntam isso também! E por isso resolvi escrever sobre.


Hoje está completando um ano que voltei para o Rio de Janeiro!


Resolvi sair do Rio porque havia acabado de ter a Kauanne, minha filha mais nova. Depois de mais de uma década dedicada ao trabalho nas favelas, decidi que precisava saber melhor o que é ser PAI. Infelizmente meus outros dois filhos não puderam ter essa mesma oportunidade, coisa que tenho procurado fazer mais e melhor agora (lembrem-se pais, nunca é tarde!).


Saí daqui com algumas parcerias importantes, sem as quais tudo seria muito mais dificíl. Entre elas posso citar a mãe de minha filha Kauanne, Caio Fábio, meu pastor, Kiki Moretti, minha mantenedora, e Talys Mota que ficou aqui no Rio sustentando a idéia da ANF.


Em Maringá minha intenção era ficar na JOCUM, porém posso dizer que não me readaptei ao modelo JOCUMEIRO de ser.
Mesmo estando no Paraná, vinha ao Rio periodicamente para tentar resolver problemas da ANF. Tínhamos uma dificuldade, pois o pessoal que havia se agregado em torno da idéia desconhecia completamente os trâmites para termos nosso CNPJ. Então juntamos uma diretoria com nomes que comporiam esse quadro até que pudessemos organizar melhor a instituição.
Em Maringá, para que pudesse ter continuado lá, algumas pessoas foram essenciais, entre as quais destaco Ariovaldo Ramos e Wilson de Matos. Após muitas dificuldades de se estar em uma terra que não é a sua, longe de parentes e amigos de toda uma vida, acabei me separando de minha esposa. Ainda separado, sem a esposa e filha que tinham ido embora de Maringá, permaneci ainda fazendo minha faculdade de jornalismo onde havia ganho uma bolsa integral para tal.
Conseguimos um contador para a ANF através do Marcos Salomão, um irmão que trabalhou comigo na VINDE, que disponibilizou seu contador para tomar conta dessa parte burocrática, pagando inclusive as custas cartoriais.
Percebi então que precisaria voltar para o Rio se quisesse ver a ANF funcionando. Foi nesse momento que pensei: "O que me prende agora em Maringá? Já que vim para cá por conta da família? Quanto a faculdade, termino em qualquer lugar!
Enviei então todas as coisas que eu e minha ex-esposa tínhamos adquirido (movéis e utensílios) e voltei para o Rio com meus livros, minhas roupas, meus documentos e papéis (não poucos) e muita disposição.
Ao chegar mesmo tendo toda minha família aqui, não quis incomodar, fiquei um tempo dividindo um apartamento bem em baixo da Mangueira, região conhecida pra mim. De agosto à dezembro fiz algumas coisas, entre elas posso dizer: centenas de contatos por conta da ANF, campanha eleitoral (coisa que dificilmente farei novamente) e mesmo sem poder... ajudei pessoas!
No fim do ano precisava recarregar as baterias: tinha que ver minhas filhas! Viajei para passar as festas com elas e voltei em janeiro para recomeçar a batalha. Chegando ao Rio fiquei hospedado por um tempo na casa de uma irmã do Caminho que me ajudou como poucas pessoas fariam.
Conheci então no início do ano Eliane Martins, que se tornou parceira em muitas coisas, tendo inclusive sido uma das pessoas responsáveis pela existência desse blog.
Conseguimos com vários apoios, colocar no dia 19 de julho, o novo site da ANF no ar ( http://www.anf.org.br/ ), bem como realizar o primeiro debate de lançamento do novo site. Entre esses apoios posso citar o sociólogo Caio Ferraz que participou do debate, bem como contribuiu financeiramente.
Agora que todos que não sabiam estão cientes que estou de volta ao Rio, coloco para você a seguinte pergunta: Que papel você terá na história? Como você será lembrado?
JUNTE-SE A NÓS!
André Fernandes
ANF - AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DAS FAVELAS

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