sábado, 31 de março de 2007

A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA


o documentário A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA em dois mil e cinco. Fiquei impressionado com a manipulação que a imprensa fez para tentar tirar Hugo Chávez da presidência da Venezuela. O documentário não é tão divulgado, pois não é importante fazerem propaganda de um modelo diferente do capitalista selvagem Estadunidense. A sustentação da revolução bolivariana vem das favelas, que desceram em Caracas e reconduziram Chávez ao poder. Isso se deu pela conscientização da população, acerca de seus direitos, pois Chávez fez questão de reescrever a constituição com o povo, e distribuir um exemplar para cada cidadão. Cidadania plena é conhecermos nossos direitos e deveres e exercê-los. Isso me lembra algo parecido que surgiu nas favelas do Rio... um certo movimento FAVELANIA, que fizeram de tudo para que se tornasse algo esquecido, pois trataram logo de associa-lo ao tráfico. No caso de Chávez ele é o ditador-populista que não queremos. O melhor no caso é a informação! Por isso fica minha sugestão que vejam o documentário A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA. Minha empolgação ao ver foi tanta que criei uma comunidade no orkut que já conta com mais de seiscentas pessoas cadastradas. Se você ainda não é, veja o documentário e junte-se a nós! E já que não estamos aqui para inventar a roda, leia, para saber mais, um bom artigo que encontrei em um site que está no fim do texto.


A revolução não será televisionada

(The revolution will not be televised)

Documentário. 2003. Irlanda.
O documentário A revolução não será televisionada, filmado e dirigido pelos irlandeses Kim Bartley e Donnacha O’Briain, apresenta os acontecimentos do golpe contra o governo do presidente Hugo Chávez, em abril de 2002, na Venezuela. Os dois cineastas estavam na Venezuela realizando, desde setembro de 2001, um documentário sobre o presidente Hugo Chavez e o governo bolivariano quando, surpreendidos pelos momentos de preparação e desencadeamento do golpe, puderam registrar, inclusive no interior do Palácio Miraflores, seus instantes decisivos, respondido e esmagado pela espetacular reação do povo.
É apresentado o cenário em que se desencadeiam os acontecimentos de abril de 2002. A Venezuela está entre os cinco maiores países produtores de petróleo do mundo, sendo um dos maiores fornecedores dos Estados Unidos. Ao assumir a presidência, em 1998, Hugo Chavez passou a defender a distribuição dos rendimentos auferidos com o petróleo para investimentos sociais voltados à maioria do povo e intensificou as críticas às políticas liberais inspiradas nos EUA, o que levantou a ira das classes dominantes locais e do imperialismo norte-americano, acostumados a governos submissos.
A partir de então, o governo de Hugo Chavez e a “revolução bolivariana” passariam a enfrentar, diariamente, uma verdadeira cruzada na mídia empreendida pelos cinco canais de televisão privada do país. A cruzada foi respondida com o avanço da mobilização e a organização da grande massa de explorados do país, abrangendo mais de 80% da população pobre. Em 1999 foi aprovada, por meio de referendo popular, a nova Constituição da Venezuela. Ela ampliou a participação política das massas populares através da organização dos círculos bolivarianos pelos bairros e favelas.
Com bastante propriedade, o documentário consegue mostrar a permanente campanha de mentiras urdida pelos meios de comunicação contra o governo de Hugo Chavez, as relações da grande mídia com a elite econômica, militares dissidentes e a articulação dos EUA na manipulação dos fatos. Evidencia também a intervenção direta do imperialismo norte-americano na organização do golpe, em sua preparação e organização na embaixada americana em Caracas que foi, posteriormente, comprovada com documentos. Como disse o então diretor da CIA George Tenet, em entrevista na TV Venezuelana, dias antes do golpe, Chavez “não está preocupado com os interesses dos EUA”.
As articulações que envolveram a grande mídia na tentativa golpista foram por ela mesma reveladas, momentos depois de empossarem Pedro Carmona. Momentos, aliás, muito bem registrados no documentário: mostram a arrogância do procurador, designado por Carmona, ao anunciar a dissolução do Congresso, da Corte Suprema e revogar a Constituição, e depois de algumas horas, todo assustado, ao ser preso, num canto de uma sala do palácio.
Outro aspecto importante do documentário é a revelação da manipulação dos canais de televisão comerciais sobre os responsáveis pelos assassinatos dos manifestantes em 11 de abril de 2002. Todos os canais privados de televisão que, junto à imprensa escrita e radiofônica, justificaram o golpe de estado de 11 de abril com uma edição de imagens em que aparece um grupo de apoiadores de Chavez, situados na Ponte Llaguno de Caracas, realizando disparos. Estas imagens foram utilizadas para afirmar que "Chávez foi quem ordenou disparar contra a multidão". "A revolução não será televisionada" demonstra, ao apresentar a edição completa da seqüência de imagens (manipulada na edição das TVs), que os grupos situados sobre a Ponte Llaguno de Caracas respondem ao fogo de franco-atiradores (estes sim atiram nos manifestantes) e não disparam sobre os manifestantes.
O ponto alto do documentário é registrar a força das massas exploradas que derrotam os golpistas e restituem o governo a Hugo Chavez. O povo enfrentou e passou por cima de toda a mentira, fraude, manipulação da informação, da repressão iminente e mostrou que é mais forte. Não aceitou as “notícias”, recusou-as e saiu às ruas na manhã de sábado, 13 de abril, para denunciar que Chavez “não renunciou! Está seqüestrado!” e “não te queremos Carmona! Ladrão!”. Centenas de milhares de pessoas nas ruas cercam o Palácio Miraflores para exigir “Queremos a Chavez!” e clamar “Chavez amigo, o povo está contigo!”.
Um ponto importante a ser identificado e debatido: durante a noite do dia 11 de abril e na madrugada do dia 12, o Palácio Miraflores foi cercado e os golpistas ameaçaram bombardeá-lo caso Chavez não renunciasse.
Chavez resistia e afirmara que não renunciaria. As horas passam e o prazo dado pelos golpistas estava por terminar. A maioria do governo considerou que não havia saída: “O jogo acabou... é a vitória da morte” afirmara seu Ministro do Desenvolvimento. O Conselheiro Político expressou que “os adversários eram muito poderosos e não deu tempo... Não organizamos uma política de comunicações”. Por volta das 3:30 h da madrugada, Chavez comunica que sairia e se entregaria, mas sem renunciar, para ficar claro que se tratava de um golpe. Um sinal de que aquele não seria o desfecho final é manifestado pelo próprio Chavez, na saída do Palácio, diante da afirmação de um aliado que grita: “Presidente voltaremos”. Chavez afirma “Ora! Nem fomos embora”.
Porém a decisão de se retirar e ceder às chantagens revela uma certa subestimação da capacidade do povo empreender resistências vigorosas e múltiplas a ponto de derrotar os golpistas. E mais: indica que a organização das massas exploradas para resistir a estas situações não era uma possibilidade presente na consciência política das forças que apóiam o governo de Hugo Chavez. Portanto, não poderiam vislumbrá-la e dela lançar mão. Apenas se conformaram: “Não havia saída”, “O jogo acabou”. Para eles, não faltava uma política para organizar as classes dominadas, mas sim o que “não organizamos [foi] uma política de comunicações”.
A preparação e organização dos trabalhadores e das massas populares para fazer frente ao antagonismo das classes dominantes e do imperialismo norte-americano, que a luta de classes coloca na ordem do dia, não pode depender da iniciativa “espontânea” das massas exploradas. O fato de, neste episódio, elas terem se levantado e vencido o golpe não poderia justificar a manutenção desse nível de organização política. Debilidade que se evidenciaria perigosa para a defesa dos interesses do povo venezuelano.
Estes pontos estimulam todos os revolucionários e verdadeiros democratas a refletirem sobre a luta antiimperialista. A experiência recente da América Latina é rica neste sentido. Cabe aprender com os erros e não se contentar com as insuficiências que batalhas vitoriosas possam ocultar, desviando o povo do caminho da luta pela libertação nacional.
Ao contrário dos governos que estão até a alma comprometidos em garantir os interesses do capital financeiro internacional, o governo Chavez segue tomando medidas que atingem o imperialismo e as classes dominantes da Venezuela. Os acontecimentos registrados pelo documentário levaram o presidente Hugo Chavez e a maioria de seu governo a avançarem e implementarem medidas de estímulo à organização política do povo venezuelano a fim de resistir à ofensiva do imperialismo e impulsionar a “revolução bolivariana”.
Ficha Técnica:
Filmado e dirigido por: Kim Bartley e Donnacha O’Briain
Produção: Power Picture associada à Agencia de Cinema da Irlanda
Edição: Angel H. Zoido
Produtor Executivo: Rod Stonemann
Produzido por: David Power
Irlanda, 2003.
Duração:74 minutos, legendas em português.
Este artigo encontra-se em www.cecac.org.br

quinta-feira, 29 de março de 2007

Apagado

Morei em Maringá, cidade do interior do Paraná, com trezentos mil habitantes, até o fim do ano passado, quando retornei à minha cidade natal, o Rio de Janeiro. Tive a oportunidade de estudar em uma universidade particular ( CESUMAR ), pois o reitor me conheceu, e como contribuição para o meu trabalho, ofereceu-me uma bolsa integral para que fizesse minha faculdade de jornalismo. Não foi muito fácil estudar com pessoas tão novas, e em grande parte, distante da realidade que eu já havia vivido nas favelas do Rio. Parecia que viviam em parte, em um outro mundo. Alguns colegas me eram mais próximos, pois sentia que eram sensíveis, e não há mesmo como ser jornalista, sem ter um minímo de sensibilidade com o mundo em sua volta, por isso que, sendo eu um missionário, quis ser jornalista também. Ficavamos mais perto, trocavamos textos, e pensava comigo: Esse pessoal vai longe! Um deles que tinha essa sensibilidade era o Wilame Prado, um jovem de 21 anos, que não tinha facilidade para pagar a faculdade. Trabalhava pesado, e que eu sabia que seria, como é desde já, um grande jornalista, pois tem sensibilidade para tal, e ama a escrita... Quem gosta de ler, vai gostar dos textos dele, que de vez em quando estarão aqui no nosso blog! Segue então uma cronica com o titulo:
APAGADO
Uns pingos gelados começavam a cair do céu. No intervalo das aulas,na faculdade, costumava ficar naquele local e não seria por causa de uma simples garoa que sairia de lá, mesmo com o cigarro aceso na mão. Enquanto todos procuravam se esconder do que não poderia nem se quer ser chamado de chuva, ele procurava uma cadeira para encostar suas nádegas, cruzar as pernas e tragar alucinadamente.Achou uma cadeira daquelas brancas, de plástico, que são encontradas embares e sorveterias. Acomodou-se e sentiu gota a gota molhar a sua camiseta,levemente. Não havia mais ninguém ao lado e a garoa continuava amena e discreta, assim como a aragem refrescante.Nunca foi de querer chamar a atenção de ninguém, mas o fato insólito de nem ligar para a garoa acabou despertando a curiosidade dos transeuntes que, oupensava que o rapaz se molhando era louco ou pensavam que era um imbecilmetido a engraçadinho. Não se preocupando, as tragadas consumidas iamesgotando o seu pedaço de tabaco, enquanto isso, a mente viajava para algumas léguas de toda àquela gente, chuva, longe da cadeira de plástico.Os que faziam o mesmo curso que ele, talvez com dó, resolveram chamá-lo para perguntar o que estava ocorrendo. A única resposta recebida foi um olhar sossegado, um sorriso amarelo, e logo em seguida, a mesma velha cara melancólica de sempre. Como ocorrera em outras vezes, ninguém o entendeu, já que até ele mesmo não conseguia entendê-lo de vez em quando.O fato é que a chuva passou e nem sequer conseguiu apagar a sua bituca no chão. Já era hora de voltar à sala. Ainda que tendo consciência que obteria mais lucro ficando sentado consigo mesmo ao invés de voltar para a jaula do conhecimento falso, subiu para não perder mais uma presença na lista.Foi acompanhado de uma aprazível colega de curso, a do cabelo vermelho, que gosta de Mutantes. Ela, instigada com a sua abstinência social em meio aos fervilhões acadêmicos, pergunta:
- Parece que você está meio abatido, triste, solitário?
E ele, como sempre, com o seu excesso de menosprezo por si, diz:
- Que nada, isso é normal. Muitas vezes fico um tanto quanto distante dosdemais...
- Você estudava à noite, ano passado?
- Sim
.- Nossa! A primeira vez que eu vi você foi este ano, em uma palestra.
- É que sou meio apagado mesmo.
Wilame Prado

Sobre o Pastor Caio Fabio

Conheci o Pastor Caio Fábio no inicio da década passada, em um dos congressos que a VINDE organizava por todo o país e reunia milhares de pessoas. Minha primeira intenção ao ver aquele Homem que atendia tantas pessoas, com seus problemas mais diversos, e com pedidos de oração, foi justamente o oposto. Falei que estava ali para orar por ele e para ajudar, então rapidamente me apresentei como um missionário e falei sobre meu trabalho. Nessa época morava no Santa Marta, onde dirigia uma base da JOCUM-Jovens Com Uma Missão. Foi uma explanação bem rápida, pois a fila para conversar com ele era longa, e eu teria só uns quinze minutos. Assim que terminei, comecei a orar por ele para que Deus continuasse a dar força para ser PASTOR, e continuar a ouvir e ajudar tantas pessoas. Esse foi meu primeiro encontro com esse Homem, que logo depois leu uma matéria com meu nome no Estadão, e convidou-me para ser um dos coordenadores da campanha RIO DESARME-SE. Desde então estamos juntos. Trabalhei com ele na Fábrica de Esperança durante um bom tempo, até assumir à convite de Caio Ferraz a Casa da Paz em Vigário Geral. Parece que vivemos depois disso bastante turbulências juntos, e longe... Sei que na realidade o Pastor Caio viveu muito mais, pois amargou sentir na pele a falta de conhecimento, da parte de seus inquisitores, de uma palavra que é a hoje sua principal pregação, a GRAÇA de Deus! Nos reencontramos depois em copacabana com o Café com Graça, e tive nele mais que um Pastor, tive um amigo, um irmão, e tudo o mais que minha alma precisava naquele momento. Ficamos juntos até então e estaremos juntos sempre No Caminho.Fez esses dias três anos que ele perdeu seu filho mais novo, o Lukas, em um acidente. Conheceu como ninguém a dor, e com certeza esse "Enigma da Graça"*. Hoje ele está morando em Brasília, reunindo com milhares de pessoas, que encontraram no CAMINHO DA GRAÇA refugio para suas almas. O Caminho já está se espalhando por todo o mundo, com estações por todo o canto, e uma das ferramentas para unir tantas pessoas tem sido a internet, pois o site dele tem o fantástico numero de dois milhões de visitas por mês! Fica aqui então minha indicação para que conheçam o site do Pastor Caio Fábio, e conheçam melhor esse Homem que é um grande personagem da história de nossa cidade e país, e um Homem de Deus. Estou colocando o site dele como um link em meu site, pois é um prazer ter Caio Fábio como meu Amigo-Irmão-Parceiro-Pastor.

* Titulo do penúltimo livro do Pastor Caio Fábio.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Conselho de Pai

(Texto que saiu no jornal Matéria Prima - www.jornalmateriaprima.jex.com.br )

Há duas semanas assistimos à inspetora Marina Magessi classificando as diferenças entre usuários e viciados em drogas no programa do Jô. Existe mesmo essa diferença? Já circulei entre favelas, políticos, empresários, movimentos populares, meio acadêmico, jornalistas, e tantos outros grupos, e pude conhecer vários tipos de pessoas. Mas, em se falando de drogas, Graças a Deus encontrei um número infinitamente maior de usuários que viciados. Agora, o que é droga? Essa é a primeira definição que temos de ter se de fato formos discutir o assunto, caso contrário ficaremos nessa discussão hipócrita, como bem disse Marina Magessi ao Jô Soares. Sabemos que o que foi "verdade" em um tempo, já não é em outro. Assim como o que era droga, sendo inclusive amplamente combatida, como o álcool, já é permitido hoje. Alguns utilizam-se de fortes emoções, precisando correr perigo, para assim sentir a adrenalina, e mesmo com uma situação financeira boa, praticam assaltos (vejam o filme"Caçadores de emoções"). Ou até mesmo o cafezinho que você não consegue parar de tomar, mas que era proibido aos cristãos do século 17. Se quisermos não paramos mais de elencar a quantidade de drogas consumidas por toda a humanidade, proibidas em um tempo e não mais em outro, ou consumidas em um local e não em outro. Por isso precisamos deixar claro que o discurso do status quo é realmente hipócrita e superficial! É preciso ir mais fundo no assunto e entender que "usuário não é criminoso", como já disse no passado o combativo deputado Carlos Minc (PT-RJ). Que viciado tem de ser tratado como uma questão de saúde. O viciado é aquele que já não tem liberdade de escolha, e existem viciados em tantas coisas... Meu discurso é simples, como na conversa que tive dia desses com minha filha mais velha: "Você pode fazer o que quiser! Porém, não permita que nada tire sua LIBERDADE, nada que te vicie ou tire sua LIBERDADE é bom, quer seja cigarro, bebida, chocolate, maconha, cafezinho, sexo ou até religião!"
Este espaço contempla a contribuição - acadêmica ou não - de alunos, docentes ou profissionais que queiram transmitir idéias e gerar reflexões acerca de assuntos de interesse coletivo.
Os comentários que não tiverem o nome completo do autor ou e-mail para contato não serão publicados.

Autor: *André Fernandes é ativista social e aluno do 1º ano de jornalismo no Centro Universitário de Maringá (Cesumar)

MINHA EXPERIÊNCIA NA POSSE DO LULA.


Há muitos anos sonhei com um país mais justo e solidário. Morei mais de uma década nas favelas do Rio fazendo o que acreditava. Agora, apesar de não estar muito satisfeito com o que tenho visto na política brasileira, não pude deixar de querer ir à posse do Lula, afinal tinha bons motivos.
O primeiro é que fui militante, filiado do PT, e eleitor do Lula desde sempre, apesar dos pesares. O segundo é minha presença em Brasília para visitar minha filha mais velha. Assim sendo me determinei que seria o que faria, iria de qualquer maneira, como milhares de outros cidadãos naquela posse, apesar da chuva e do desanimo da família de minha filha.
Peguei uma carona com a mãe da minha filha que estava indo trabalhar e fiquei no senado, indo a pé até o gramado do congresso nacional. Esperei junto com o público que ali estava, por mais de uma hora na chuva, sabendo que o povo já aguardava há horas. Quando finalmente o Lula apareceu, comecei a fotografá-lo com a câmera de meu celular. No momento em que percebi que ele ia pegar o carro para o desfile, fui para perto do alambrado, junto ao espelho d'agua e me posicionei. O jornalismo está no meu sangue e me apaixonei na faculdade por fotografia. Apesar de não ter um equipamento, sabia que aquele momento era único e que precisava registrá-lo. Estava empolgado como nunca. Havia inclusive passado um e-mail para o presidente no dia anterior dizendo-lhe o que esperava de seu governo. De repente aquele momento, o Lula passando, menos de dez metros, todos se empurrando, máquinas fotográficas e celulares apostos e um click.
A foto me orgulhou. Foi um click que entrou para história. Registrei aquele momento e outra coisa inusitada aconteceu, pois em 36 anos morando no Rio, nunca tive minha carteira furtada. Interessante é que da última vez que estive em Brasília, um amigo, ex-militante do PT, brincando, me disse: cuidado para um deputado não roubar sua carteira aí em Brasília. De fato era uma brincadeira, mas não imaginei que naquele momento a preocupação de alguém que estivesse ali seria com algo tão efêmero, como qualquer poucos reais que pudesse conseguir com minha carteira, afinal, se tivesse muito dinheiro, provavelmente não estaria ali...
Fato consumado, ainda tentei inutilmente procurar entre o público que já ia embora, a carteira jogada no chão, na esperança que a pessoa que me furtou percebesse que não tinha nada de interessante para ela ali. Ainda fiquei por uns dez minutos andando e acabei percebendo que tantas outras pessoas haviam sido furtadas também. Comecei então uma peregrinação. Perguntei para vários policiais onde ficava o "achados e perdidos", bem como um local ali para registrar a queixa, pois em um evento desse porte é normal que se tenha algo parecido. Fui sendo encaminhado pelos PMs para o local onde se encontrava o comando da Polícia, perto do Palácio do Planalto. Ao chegar e relatar o fato para um capitão da PM, o mesmo me informou que deveria de fato ter um posto da Policia Civil para registro no local, mas que nada havia sido mandado para lá e que, portanto, eu deveria me dirigir à segunda DP na Asa Norte. Pareceu-me um descaso óbvio do governo local para com o evento da posse do presidente. Comecei a andar decepcionado com minha perca e com a organização do evento, pois o que aconteceu comigo não havia sido um fato isolado!
Andei até a rodoviária, perto do conjunto nacional, onde fui informado haver um posto da polícia civil. O posto estava com a porta de vidro fechada e com um aviso para que "batesse no vidro". Foi o que fiz, quando vi um policial falando ao telefone, que fez um sinal para que eu entrasse já apontando para a cadeira, indicando que aguardasse sentado. Esperei pacientemente o policial terminar seu telefonema e expliquei-lhe a ocorrência. O policial fez um registro de extravio de documentos. Perguntei a ele sobre o numero da ocorrência, apontando para um numero que estava escrito no papel e ele me falou ser o numero da matrícula dele e que não tinha numero. Achei estranho, pois o que acontecia ali não era o padrão normal de conduta e o pior é que o policial, parecendo meio estressado, afirmou ser o único policial de plantão naquele dia. Ao me levantar perguntei se estava tudo certo, pois no registro dizia: COMUNICAÇÃO DE EXTRAVIO mas eu havia sido furtado!
Quando saía do posto chegavam mais três pessoas. Um casal que também queria registrar um furto e um senhor alcoolizado, que imediatamente foi colocado à força para dentro do posto, em um local que desconheço, nos fundos. Fiquei estarrecido e quando o policial voltou fui logo questionado se eu queria mais alguma coisa? De ante de tamanha truculência, obviamente que não ia ficar ali para questionar nada. E assim segue o nosso país com descasos das autoridades, com cidadãos desrespeitados, com imagem de nossos governantes manchadas pela corrupção e com instituições que não funcionam.
Com crime e poder caminhando lado a lado. Assim é o Brasil. Essa foi minha experiência na posse do Lula. Esse foi meu começo de ano em Brasília e espero sinceramente que dias melhores venham para todos nós que ainda sonhamos com um mundo melhor!

No Caminho

No Caminho


O Senhor é meu Pastor...



Confiança no Senhor é fundamental...



Como ovelhas que não sabem quando o lobo vem ou quais os melhores caminhos, confiança é a palavra chave para estarmos seguindo O Mestre, O Caminho...



No Caminho as coisas acontecem quando e como tem que acontecer... Muitas vezes ficamos des-esperançados, dês-esperados, mas isso tem ocorrido por querermos que as coisas aconteçam da nossa maneira. A palavra que nos vem é: “ESPERE”... Mas como esperar no meio das dificuldades, dividas, falta de compreensão? E os começos? Os começos são sempre difíceis, principalmente se o que seguimos, não segue o “status quo”... Assim como Jesus foi duramente criticado pelos religiosos, seremos também...



A Igreja de Jesus está acima de instituições humanas. Sim, a Igreja de Jesus não cabe em prédios construídos por mãos humanas. Ela precisa estar em todos os lugares, aí ela é efetiva, pois não terá os limites de ser Igreja só nos fins de semana, ou nos cultos.



Nossa vida tem que ser um culto, nossa oração tem que ser nossa vida e nossa vida uma oração. Assim não há diferença entre o sagrado e profano, pois tudo é santo para quem segue aquele que não viu diferença entre um e outro... A força da Igreja de Jesus está em Ela estar em todos os lugares, em cada encontro do corpo de Cristo em todo lugar...



Ninguém é melhor que ninguém, ou maior, assim ninguém julga, e todos seguem O Mestre Jesus...



Todos se ajudam para que todos possam caminhar. Nada falta para ninguém, e as finanças fluem. O mais importante não é o que temos, mas quem somos...e as pessoas são mais importantes do que as coisas!



O amor vence tudo! Mesmo tendo sido vituperado e crucificado, O Mestre continuou amando, e por isso se deixou sacrificar por nós! E por essa Graça é que somos salvos, e esse amor tem que alcançar nosso próximo. Mesmo que estejam fazendo o que fizeram com O Mestre, caluniando ou tentando achar as suas falhas... Faça a escolha do AMOR, e isso não te deixará preocupado com as pessoas que ainda não conheceram a Graça que nos salva.



“Conhecereis A Verdade e Ela o Libertará...”

Nele,

André Fernandes



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