sábado, 5 de maio de 2007

ALUNOS DE FILOSOFIA VIVEM DIAS DE DITADURA

CENTRO ACADÊMICO DE FILOSOFIA TEM SUAS PORTAS LACRADAS


Minha relação com os estudantes, professores e funcionários da UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro é de longa data. Por isso não posso deixar de me manifestar aqui sobre o que aconteceu no Centro Acadêmico de Filosofia desta Universidade. Já faz algum tempo que tenho observado que a gestão atual deste CA vinha deixando por longos períodos o espaço dos alunos fechado, alegando que haviam materiais que poderiam ser roubados. Há mais ou menos dois meses atrás li um cartaz no corredor do nono andar da UERJ, sem autor, que me chamou atenção. Não somente li, como peguei um dos vários que estavam espalhados nos murais do corredor, e que transcrevo aqui para que possam entender o desenrolar da história. Há que se entender a história, pois aconteceu um fato, que não lembro de ter tomado conhecimento de algo parecido, a não ser nos anos de chumbo da ditadura, que foi o fechamento da sala do CAFIL - CENTRO ACADÊMICO DE FILOSOFIA. Independente de averiguação, ou seja, de ouvir o que a Reitoria ou a prefeitura do campus tem a dizer, o fato é que isso não pode acontecer de jeito nenhum, pois nada justificaria tal atitude. A coisa boa que aconteceu foi ver os estudantes de filosofia preocupados, e se mobilizando, porém ainda muito poucos tiveram o entendimento do que significa aquela enorme corrente emblematicamente lacrando o CAFIL. Agora sabem que o Centro Acadêmico não pode ficar fechado sob qualquer pretexto ou desculpa, e que precisa ser reaberto imediatamente. Parece que a pessoa, ou as pessoas que escreveram o primeiro texto que coloco aqui deveriam ser, ou serem ouvidas pela gestão atual. Os estudantes se reuniram esta semana e lançaram um manifesto que também transcrevo abaixo. ESTAMOS DE OLHO!



CAFIL DE PORTAS FECHADAS NADA FLUI

Não há desculpa válida para as portas fechadas do Centro Acadêmico! Os alunos de filosofia, mais uma vez, se tornam reféns do grupo que integra a chapa atualmente no poder, que determina a hora e o dia em que as portas serão abertas.
As dependências do CAFIL devem permanecer abertas durante todo o período de aulas!
É lamentável que, buscando um lugar para conversar, os alunos encontrem as portas fechadas, sendo obrigados a permanecer pelos corredores.
Pior ainda é um aluno de filosofia ter que acatar decisões de pessoas que prestam serviços, como os funcionários da Xerox, que, dispondo das chaves, se recusam a abrir as portas mesmo que o aluno apresente documentação.
O que diria Heráclito, que afirmava que "tudo flui", ao ver as portas do CAFIL sempre fechadas? A julgar pela atual gestão, a frase de Heráclito é apenas uma frase bonitinha, que não pode ser colocada em prática, pois uma porta fechada certamente impede que as coisas possam fluir.

CAFIL ABERTO JÁ!
(cartaz anônimo que foi colado nos corredores do nono andar há dois meses)


PELA REABERTURA IMEDIATA DA SALA DO CAFIL

Em 03/05/07
O Centro Acadêmico de Filosofia Gerd Bornheim realizou no dia 20 de Abril de 2007 (sexta-feira) um encontro de confraternização com o intuito de recepcionar e integrar os alunos recém-chegados aos demais, evento este já promovido em outros semestres com o mesmo fim. Contudo, desta vez, o encontro foi interrompido com a chegada do corpo de segurança do campus Maracanã, com seus métodos de convencimento já conhecidos, que exigiu a imediata interrupção do evento, por volta de 20h 30m. Houve discussão entre os estudantes e os seguranças em relação ao respeito mútuo entre as duas esferas, e em relação à independência e autonomia do Centro Acadêmico cujo espaço é gerido, por direito, pelo mesmo.

Não houve a possibilidade de diálogo uma vez que muitos dos seguranças se encontravam exaltados, e para evitar um desfecho trágico, os estudantes decidiram "acatar" ás ordens de encerramento das atividades. Findamos a noite trancando com as nossas chaves e cadeados a sala do C.A. Na manhã do dia 24 de Abril de 2007 (terça-feira) fomos surpreendidos com a interdição do nosso espaço, incluindo a sala do "Xerox". Os cadeados da grade foram arrombados e substituídos por outros cadeados e uma corrente. A notificação da Prefeitura do Campus informando os motivos da interdição só foi recebida no dia 03/05. O fechamento da sala compromete o andamento do próprio Curso de Filosofia uma vez que impede a utilização do forno de microondas para esquentar os alimentos trazidos pelos estudantes. Estamos impedidos de prosseguir com os projetos do C.A, além de ficarmos sem o acesso às documentações que comprovam o empenho da atual gestão em prezar pela boa utilização da sala e dos bens que lá existem, além dos esforços voltados para aquisição de um novo espaço, mais próximo das salas de aula de nosso curso.

A interdição da sala do CAFIL, e deste modo, o impedimento do funcionamento das atividades políticas e culturais dos estudantes do curso é uma grave ameaça à liberdade de ação e pensamento do corpo discente da UERJ, dramaticamente reconquistada após os anos de chumbo e mordaça. Portanto, pedimos o apoio de todos os estudantes, professores e funcionários para que possamos resolver da melhor maneira possível este problema.

Exigimos a abertura imediata de nossa sala!
Centro Acadêmico de Filosofia Gerd Bornheim - Gestão Panta Rei

sexta-feira, 4 de maio de 2007

ATIVISTAS SOCIAIS

Recebi um telefonema do Caco Barcellos, que leu um trecho do livro ABUSADO antes do lançamento: "Ao chegar ao morro em fevereiro de 1992, o missionário evangélico Kevin Vargas acreditava que a falta de religiosidade empurrava os jovens da favela para o tráfico. Criado numa família de classe média, aos 21 anos, acabara de prestar o serviço militar na Academia dos Fuzileiros Navais. Influenciado pelo avô, militar aposentado, pretendia seguir carreira de pára-quedista e atuar nos grupos especializados em missões de selva. Por três anos levou a sério os treinamentos de guerra, chegou a se especializar em tiro de alta precisão e sonhava em um dia usar seus conhecimentos bélicos para guerrear em defesa do país ou de uma causa. A vida monótona da caserna o decepcionou. Influenciado pelos amigos da JOCUM, a entidade evangélica Jovens Com Uma Missão, Kevin descobriu que a carreira militar o isolava da realidade representava distanciamento das questões sociais do Brasil." (Trecho do livro ABUSADO, Caco Barcellos, Ed. RECORD, pág. 212). Ele leu um pouco mais do que isso e me perguntou o que eu achava. Como o que ele estava retratando era um personagem, não quis fazer alterações, como por exemplo, o fato de meu avô, apesar de parecer, não ter sido militar, e sim ferroviário da RFFSA. Depois ele me disse que queria fazer um agradecimento, e me perguntou como queria que me colocasse. Pensei no que sempre fiz, ou seja, meu trabalho missionário, mas também fui mais longe do que o trabalho meramente religioso. Falei para o Caco que nos EUA, por exemplo, pessoas que fazem o que faço são chamados de "social workers", e que o termo mais correto seria ATIVISTA SOCIAL. Por isso, Caco colocou esse termo para me designar. Hoje percebo que o Brasil precisa de muitos ATIVISTAS SOCIAIS. Que muito mais pessoas precisam se envolver. Porém tenho visto a dificuldade que essas pessoas têm de se envolverem, apesar da grande vontade, pois normalmente quem trabalha no chamado terceiro setor, tem que trabalhar em uma instituição, onde o dinheiro que é doado fica na "burrocracia", reduzindo assim o salário dos ATIVISTAS. Tive a oportunidade de aprender com a JOCUM, que não paga seus missionários, a entender que se você quer ajudar um trabalho sério, é muito melhor quando pode se envolver diretamente com quem está fazendo. Assim tenho até hoje pessoas que me mantêm financeiramente para fazer esse trabalho de ATIVISMO SOCIAL, e bom seria se todos os ativistas sociais tivessem essa oportunidade. Resolvi escrever esse texto justamente para abrir uma porta, e uma nova idéia para que as pessoas que têm o capital necessário para realizar mudanças, e que não podem fazer por estarem envolvidas em trabalhos que não permitem sua ausência, que procurem ATIVISTAS SOCIAIS sérios. ATIVISTAS que trabalham como os verdadeiros missionários, mesmo não religiosos, e que estejam acreditando e trabalhando para um mundo melhor. Para reunir esses que estão na luta, criei uma comunidade no ORKUT, que já conta com quase cem ATIVISTAS SOCIAIS.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

DUAS MIL VISITAS EM UM MÊS, OBRIGADO À VOCÊS!

Quero agradecer à todos os leitores deste blog pelas visitas, pela curiosidade, e principalmente pela participação. Tivemos em um mês uma média de duas mil visitas. Achei pouco, e resolvi conversar com algumas pessoas que conhecem mais sobre o assunto. Conversei com Rodrigo Pimentel (Ex Capitão do BOPE, agora produtor de Cinema e documentários) e fiquei sabendo que o site da PM do Rio, por exemplo, tem uma média de cinquenta mil visitas em um período de quatro meses. Traduzindo, um pouco mais de dez mil visitas por mês. No site da ANF-AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DAS FAVELAS, tínhamos uma média de cem mil visitas por mês. É claro que não dá para comparar meu blog com o de instituições como a PM e a ANF. Agradeço aos que mandaram textos que já foram publicados, e desde já aos que se comprometeram também em enviar. A palavra fundamental para caminharmos lado a lado nos dias de hoje é PARCERIA, e é isso que estamos fazendo aqui: PARCERIAS. Agradeço também aos meus mantenedores, sobre os quais comentarei nos próximos textos. As idéias são muitas, e as pessoas que estão me escrevendo e querendo participar também. Nossa agenda está afiada com os diversos movimentos sociais, e com os principais eventos da cidade. Aqui é um espaço de interação, por isso vou contar com opiniões de todos que quiserem estar incluídos. A palavra exclusão aqui não tem vez. Nossa política é de inclusão, por isso, fiquem à vontade para continuar comentando, enviando textos, indicando o blog, colocando, como muitos, esse endereço nos seus favoritos, se fazendo presentes. E se vocês acham que tem muita coisa interessante, afirmo, É SÓ O COMEÇO!

quarta-feira, 2 de maio de 2007

OUTRO DIA DO TRABALHADOR


Ontem, o que aconteceu de mais interessante, e que quase ninguém ficou sabendo, foi a manifestação na vila dos jogos Pan-Americanos. Como um ativista social, fui para lá através da FLP-Frente de Luta Popular, uma das diversas organizações que estavam presentes. Porém dessa feita, não fui para atuar como ativista, fui para ser um observador, para poder relatar aqui com o máximo de isenção o que aconteceu. Sei que é uma tarefa um tanto quanto difícil, pois sou parte de tudo aquilo que estava acontecendo, já que estão falando de remoção, que é uma palavra que já deveria ter sido erradicada do dicionário de quem vive na favela. Ao chegarmos à vila do Pan, fiquei sabendo que a Força Nacional de Segurança estava naquele local "tomando conta". Tomando conta de que? Para quem? Contra quem? Depois fui tomar conhecimento da situação que acontecia ali, e fiquei sabendo que a vila do PAN está sendo construída com recursos do FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador. Então me veio a pergunta: mas não são recursos para o amparo ao trabalhador? Como assim, sendo utilizado para construção de prédios que estão sendo vendidos, onde dificilmente pessoas pobres que estavam morando ali anteriormente, e que foram removidas, terão acesso? Não vi ninguém da imprensa no local durante todo o evento, que no final contava com mais de mil manifestantes. Se eu estivesse trabalhando na grande midía e tivesse liberdade de expressão, coisa difícil de acontecer, a chamada para minha matéria seria: RECURSOS DO FAT SÃO UTILIZADOS PARA EMPREENDIMENTO IMOBILIARIO. E o pior foi ver a tal Força Nacional guardando um local onde os apartamentos estão sendo vendidos, como se guardassem o patrimônio dos ricos que têm medo de uma possível invasão dos pobres que moram ao redor. Aliás, invasão é uma palavra que é muito utilizada pela grande mídia, mas o que tenho visto acontecer são ocupações, e não invasões. Prédio público que não cumpre com sua função social, e que está abandonado há anos deve mesmo ser ocupado. Ou o povo vai ficar sem ter onde morar, e os governos vão deixar esses prédios abandonados sem uma função social? Após esse evento, que foi pacífico e muito bem organizado, fui para a Lapa, onde aconteceria um ato-show encabeçado pelos partidos de esquerda. Fiquei lá até quase o fim. Reencontrei e conversei com muitas pessoas, entre elas, parlamentares, ativistas e militantes, dancei, e ouví vários discursos. O que percebi na Lapa foi uma disputa de microfone, e bandeiras partidárias. As pessoas que estavam lá eram as mesmas de sempre, e poucas que estavam lá para o show, estiveram pela manhã na manifestação mais importante que aconteceu no dia de ontem. Talvez porque ainda não tenham sido afetadas pela falta de moradia, ou pela possibilidade de uma remoção. Será que teremos que esperar sentirmos na pele para partir para as manifestações? Até quando nossa sociedade ficará insensível para tantas coisas que acontecem ao nosso redor, e ainda permitindo sermos manipulados pela mídia?



Fotos: Talys Mota





terça-feira, 1 de maio de 2007

MISSIONÁRIO KEVIN VARGAS - O COMEÇO

Kevin Vargas era Fuzileiro Naval, mas apesar da impressão de durão que causava por pertencer à tropa de elite do país, não parava de sentir uma grande inconformidade ao ver crianças nas ruas, e tanta pobreza que o cercava. Não conseguia ficar alienado. Chegava em sua casa, um apartamento em Vila Isabel comprado por seu avô, onde morava com sua mãe e irmã mais velha, tirava a farda, e não conseguia fazer mais nada, a não ser voltar às ruas para estar perto desses menos favorecidos. Foi nessa época que conheceu na igreja ao qual pertencia, a organização Cristã JOCUM – Jovens Com Uma Missão. Durante um período, os estudantes que estavam ingressando na organização, além de estudarem em tempo integral, durante três meses, tinham que realizar um período prático de dois meses em alguma missão, que no caso dessa equipe era na igreja de Kevin. Ao entrar em um culto, já atrasado, que estava sendo realizado com a presença dos missionários, Kevin achou estranho aqueles missionários que oravam de olhos abertos, diferente dos costumes daquela igreja Batista. Ficou curioso e logo se aproximou dos missionários, conhecendo cada um deles, suas histórias e seus problemas, seus sonhos e missões. Foi assim que Kevin Vargas conheceu a JOCUM, a instituição pela qual seu coração bateu mais forte, motivo pelo qual resolveu abandonar o CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS. Kevin não conseguia se imaginar como funcionário público durante os próximos vinte e sete anos de sua vida, já que havia estado ali por dois anos, seis meses, e quatorze dias. Ele precisava fazer mais. Contrariando a vontade de sua mãe, e apoiado por seu avô materno, que disse: “Meu neto, você ingressou na Marinha por seus méritos, então você deve fazer aquilo que acredita!” Era o que ele precisava para doar todos os seus livros, sua maior paixão desde cedo. E assim Kevin iniciou sua carreira de missionário nas favelas do Rio, após sua formação e saída da carreira militar, que o capacitaria para manter-se com a disciplina necessária para alcançar os objetivos de suas missões.

domingo, 29 de abril de 2007

O MAIOR MC DE FUNK DO BRASIL

Conheci o Mr. Catra na época em que estudávamos juntos no colégio Pedro Segundo. O apelido do Wagner não era Catra e sim Negativo, e o meu Leitoso, pois era muito branco. Estudamos juntos na unidade Tijuca, na década de oitenta, quando o Pedro Segundo ainda tinha uma melhor qualidade de ensino que a de hoje em dia. Naquela época Negativo, hoje Catra, já cantava, e compôs uma letra no estilo "adultério", falando sobre nossas inspetoras. Todos cantavam quando subiam as escadas do colégio. O apelido Negativo eu não preciso explicar o porquê, mas porque Catra? Ele morou por muito tempo na Rua Dr. Catrambí, logo depois do Morro do Borél, tendo sido "criado" por ali, daí o apelido de Catra, por conta do local que morava, conhecido como Catrambí. Reencontrei-o na época que iniciamos o MOVIMENTO FAVELANIA, e ele abraçou a idéia. Vi a importância de ter uma pessoa como ele, pois ouvia já há algum tempo suas músicas que eram cantadas por todas as favelas que eu percorria. Lembro-me de uma vez, quando fui conhecer o Rumba, líder comunitário da favela do Jacarezinho, que havia dado uma entrevista falando sobre meu trabalho sem ao menos me conhecer. Estava com o Catra quando li a matéria do Jan Theóphilo no site NO, e resolvemos ir até lá. Ao chegarmos, várias pessoas identificaram Mr. Catra, e ele logo perguntou: "Onde fica a Associação?” E fomos informados por moradores que pediam: "Qualé Catra, leva um som aê!" Percorri por diversas vezes os bailes com Catra, que cantava nessa época em uma média de cinco, às vezes chegando a oito, locais diferentes por noite, e nenhum com menos de mil pessoas. Identifiquei-o como mais que uma liderança, um porta-voz das favelas. E foi por isso que o convidei para integrar o MOVIMENTO FAVELANIA. Catra vestiu a camisa, e foi nessa ocasião que compôs uma de suas músicas que passaram a integrar o estilo "FUNK CONSCIENTE" com a letra NEGO SEBÁ. Nessa letra ele conta a história de um morador de favela negro, que diz para o policial que vai abordá-lo: "Meu movimento é político-social, meu tráfico é cultural!" Hoje em dia Catra não está cantando só para a favela. Ele agora também participa de programas de televisão, e não tem uma pessoa que não o conheça. Apesar de sua última música um tanto quanto pornográfica (adultério), ele tem vários outras letras, como O SIMPÁTICO, que chegou a ser regravada por um grupo de pagode que fez muito sucesso. Estive com Catra há poucos dias atrás, por ocasião da visita do Sociólogo Caio Ferraz ao Brasil, que já tinha ouvido suas músicas, e quis conhecer essa figura. Viajando pelo país, em qualquer lugar que vou, percebo que as pessoas conhecem as músicas do Catra, que se tornou em minha opinião, e acredito que também pela opinião pública, no maior MC de funk do país.

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