quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O AMOR É ASSIM...

Fiquei com minha filha todos os dias durante o período que estive visitando ela, menos a última noite.
Quando chegou a tarde anterior ao dia que iria embora, sem saber quando voltaria novamente, minha filhinha disse:"Papai, eu quero dormir com minha mamãe!"
Confesso que fiquei triste e ainda tentei argumentar: Puxa filha, papai veio de tão longe para ficar tão pouco tempo...
Ela falou: "Mas eu com saudade da minha mãe!"
Procurei não demonstrar a tristeza que invadiu o meu ser e disse: Meu amor, faz o que você quiser, você é livre para fazer o que seu coração mandar... E procurei não demonstrar tristeza.
Ela foi dormir com a mãe.
O amor é assim...

Logo depois que escrevi esse texto, voltei para a casa onde estava hospedado. Ao chegar lá, encontrei minha filha na porta me esperando. Ela correu em minha direção, me deu um abraço e disse:"Eu voltei para dormir com você!"
No amor há liberdade para escolher...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

DESVIO DE MEDICAMENTOS EM CASCAVEL

Mil trezentos e trinta e três quilometros me separam de minha filha mais nova, que mora em Cascavel, no Paraná. A cidade elegeu Edgar Bueno (PDT) para prefeito pela segunda vez. A população não gostou da atuação do atual alcaide, trazendo de volta o prefeito da gestão anterior ao atual. Notícias de desvio de materiais da saúde já estavam sendo investigadas pela Câmara de Vereadores. Durante minha estadia tomei conhecimento de uma nova denúncia feita à Secretaria de Saúde do Município, que ainda não foi divulgada pela mídia local. Uma funcionária do PSF(Programa de Saúde da Família), programa financiado com verbas do PAC, estaria desviando medicamentos. A funcionária teria desviado três mil comprimidos de remédios e , segundo uma funcionária que não quis se identificar, as próprias colegas de trabalho estariam acobertando a tal funcionária.

A cidade, apesar do aumento da violência, é agradável para se viver. Pude observar algumas coisas importantes que poderiam acontecer no Rio de Janeiro, como é o caso do transporte público. Se você pega por exemplo um ônibus em uma extremidade da cidade, você pode fazer até três integrações com uma passagem, cruzando assim todo o município.

Ontem levei minha filha em um parque , por sinal, muito bem conservado. Pude perceber que a população procura exercer sua cidadania cuidando bem dos locais de interesse público.

Hoje fui levar a pequenina para estudar. Ela está estudando em um colégio público, que nem de longe se compara aos do Rio de Janeiro, tanto na infra-estrutura, quanto no ensino. Outra coisa que me chamou atenção foi ver a institiução se mobilizando para eleger a nova direção, que ao contrário da Cidade Maravilhosa, promove entre pais e funcionários eleições todos os anos.
Levarei boas lembranças de Cascavel...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

NOVA OCUPAÇÃO NO RIO DE JANEIRO

Madrugada da última sexta para sábado recebo um telefonema de um documentarista que se encontrava dentro de uma ocupação que havia acabado de acontecer na Gamboa, centro do Rio de Janeiro. Era um pedido de auxílio para mobilizar a imprensa, já que do lado de fora do prédio recém-ocupado estavam paradas cinco viaturas do quinto batalhão da Polícia Militar. Peguei um táxi e me dirigi para o local. Ao chegar liguei de imediato para Che Oliveira, chefe de reportagem da TV RECORD. A hora já era avançada e fui logo me desculpando com o colega pela hora avançada. Eram duas e trinta da manhã e provavelmente ele já se encontrava dormindo. Expliquei a situação e dei o endereço para que a equipe da emissora se deslocasse até o local.



Do lado de dentro do prédio, fechado por cadeados, cerca de cem famílias com mulheres, crianças e idosos se mobilizavam para tornar o local habitável, enquanto uma comissão também tentava ligar para as redações para que a sociedade fosse logo informada de suas intenções pacíficas de ocupar um imóvel que não cumpria sua função social.



A primeira equipe a chegar no local foi do jornal O DIA. O jornalista Arthur Rosa e o fotógrafo desembarcaram e começaram seu trabalho. Logo depois chegou a equipe da TV RECORD e logo depois do jornal O GLOBO. A essa altura já eram três da manhã e confesso ter ficado muito feliz ao ver que a imprensa estava ali cumprindo seu papel.



Gostaria de ter escrito aqui no blog há mais tempo, porém no mesmo sábado tinha uma viagem marcada para ver minha filha que já não via desde Março. Ao chegar aqui em Cascavél, dediquei-me a dar atenção a pequena Kauanne e, ontem à noite saí para procurar uma lan house para publicar algo sobre a ocupação, que recebeu o nome de Machado de Assis. Hoje ao abrir meus e-mails percebi que vários companheiros haviam enviado as matérias que os colegas jornalistas fizeram naquela madrugada, que passo a publicar também aqui para maior elucidação dos amigos leitores.



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Famílias de Sem-Teto invadem imóvel na Gamboa



Arthur Rosa



Rio - Um grupo de 100 famílias petencente ao Movimento dos Sem-Teto invadiram no início da madrugada deste sábado o prédio industrial da Rua da Gamboa, 111, na Gamboa, Zona Portuária do Rio. O local, onde funcionava uma fábrica, estava desativado e os integrantes se basearam no Decreto Municipal 26.224, de 16/02/06, que declara o edifício como utilidade pública para fins de desapropriação.



Policiais militares do 5º BPM (Praça da Harmonia), em cinco viaturas, chegaram a se dirigir ao local para evitar distúrbios, mas a ocupação foi pacífica. Os ocupantes trancaram os portões com cadeados e declararam que não sairão de lá.



Os populares, de várias partes do estado do Rio, chegaram ao endereço por volta de meia-noite. A ocupação, batizada de Machado de Assis, teve apoio de estudantes e integrantes dos movimentos punk e dos Sem- Terra. De acordo com um dos líderes do movimento, o historiador José Maria, o objetivo é tornar o local um centro de referência cultural e acessível a moradias populares.



"Desde 2006, quando o decreto foi assinado pelo prefeito Cesar Maia, este imóvel está destinado a desapropriação. Como nada foi feito durante esse período, resolvemos tomar essa atitude", declara José. Esta é a quinta ocupação que o movimento realiza na cidade.



No momento da invasão havia um segurança da fábrica, que após conversar com os manifestantes, liberou a entrada. No prédio vazio, de 4 andares, havia apenas um ponto de luz e de água e os novos moradores tiveram que improvisar instalações para se alojarem. Entre eles, há muitas crianças e idosos, como a cozinheira Maria José Camargo, de 60 anos.



"Não tenho família e já faz tempo que estou desempregada. Não precisamos de muito, apenas um teto para morarmos", diz Maria, com lágrimas nos olhos. De acordo com José, cerca de 30 pessoas, a maioria estutandes, dão apoio às famílias. "O espaço é enorme e é possível torná-lo um prédio residencial. Não descartamos a hipótese de receber mais pessoas, visto que estamos amparados na lei", disse.



Por questão de segurança, após a entrada, os ocupantes trancaram o portão. Com a ajuda de integrantes do movimento, conseguiram alguns mantimentos para passar a noite e o dia de hoje. "Nossos advogados já estão cuidando da legalização da situação. A ocupação é, nada mais, que uma garantia de nossos direitos e que este edifício será das famílias. Temos estatutos, que prevêem a convivência harmônica e solidária entre todos. Não sairemos daqui", destacou José Maria.



Fonte: Jornal O DIA


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Sem-teto ocupam prédio na Zona Portuária



Ruben Berta



RIO- Cerca de cem famílias ocuparam no início da madrugada deste sábado um prédio de quatro andares no número 111 da Rua da Gamboa, na Zona Portuária. O grupo, que se apresentou por Ocupação Machado de Assis, contou com o apoio de mais de 30 pessoas ligadas a movimentos sociais, como estudantes universitários.



A entrada no imóvel ocorreu pouco depois de meia-noite. Segundo um jovem que se identificou como José Maria, um dos coordenadores do movimento, havia um segurança no local, que acabou deixando o prédio. Policiais do 5o BPM (Praça da Harmonia) foram acionados, mas não houve confronto. Os sem-teto passaram a madrugada limpando as dependências para poderem se instalar.



Além de cartazes, o grupo exibiu na entrada do imóvel uma cópia de uma página de um Diário Oficial de 17 de fevereiro de 2006, com um ato do prefeito Cesar Maia, que desapropria o imóvel para fins de habitação popular.



- Estamos ocupando o prédio para concluir o que o prefeito teve mais de dois anos para fazer e não fez - alegou José Maria.



Segundo o coordenador, estão no local famílias carentes de diversos pontos do Rio e até de fora do estado. A ocupação vem sendo planejada há 11 meses e o grupo realizou eventos para arrecadar alimentos para as pessoas que estão no imóvel, que pertenceria a uma indústria antes de ter sido desapropriado.


Fonte: Jornal EXTRA

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