Uma das coisas boas que aconteceram esse ano foi ter conhecido algumas pessoas no partido LIVRE. Além da Dalva Lazaroni e eu, que saímos do partido, o professor da UFRJ Sérgio Annibal, também saiu, levando também o economista José Carlos de Assis, que havia sido convidado por ele para ingressar no LIVRE. Annibal continua sendo parceiro e é agora colaborador da ANF! Ele acaba de me enviar um texto sobre o futuro do presidente Lula. Apesar de me trazer uma preocupação, caso seu pensamento se torne uma realidade, resolvi publicar o texto dele, que serve para uma boa reflexão e também como sugestão para o futuro do Rio de Janeiro.
O Brasil passou a ser de todos e de todas e o LULA com sua simplicidade também passou a ser de todos nós. Esse sentimento é de mais do que 80% da população e nesse contexto há uma grande expectativa do que Lula irá se ocupar nos próximos anos após deixar a presidência do país. Os jornalistas estão indóceis e por lógicas e padrões neoliberais tradicionais acreditam que sua maior função deverá ser relacionada com políticas internacionais. Lula tem desconversado e legitimamente declarado a sua necessidade de umas férias de pelo menos dois meses sem fazer nada e muito menos pensar em política. Justíssimo! Mas isso será possível? Por quanto tempo?
De qualquer forma a partir de março Lula vai ter que começar a pensar em como continuar trabalhando para o país, praticando a sua capacidade de liderança e bom senso inovador. Minha função como pesquisador de políticas públicas, articulista do site “Rumos do Brasil” e como também qualquer brasileiro se achando amigo do Lula, não pude deixar de imaginar uma atribuição realmente relevante e estratégica para o nosso rei da política brasileira.
Na lógica hierárquica do poder político democrático, modelado pelas repúblicas imperialistas dos países ricos, para um ex-presidente ficam “indicadas” as funções conservadoras de se tornar um futuro candidato ao senado, um interlocutor internacional extra-oficial, um executivo empresarial ou simplesmente um conferencista, como se tornou o FHC. Entretanto Lula nunca será um ex-presidente comum, em plena forma de saúde e vitalidade será inimaginável que ele ficará recluso em São Bernardo conversando com seus amigos e populares locais. Por outro lado sua ética e bom senso, também não permitirá que se torne um articulista político se tornando um alvo da mídia que provocaria a sua eventual sombra ao governo da presidenta Dilma, o que ele iria repudiar. Menos ainda será adequado ao Lula, também presidente de honra do PT, ficar se envolvendo com discussões inter ou extra-partidárias. Evidentemente, como é do próprio desejo do Lula, poderá ser elaborado pela Fundação Perseu Abramo - FPA, um acervo memorial amplo de todo o significado do período do Lulismo na governança nacional. Mas essa historia não pode acabar em 2010.
Portanto o DNA de político executivo excepcional do Lula deve continuar se reproduzindo e se expressando para continuar ajudando o Brasil a vencer preconceitos ainda existentes e inovar na reestruturação integral do sistema democrático nacional e também influenciando nos destinos internacionais. Para isso meu profundo sentimento do melhor destino para o Lula deve ser eleger-se como super-prefeito do Rio de Janeiro em 2012 assumindo em 2013.
MAIS QUAIS OS SIGNIFICADOS E RAZÕES DESSA PROPOSTA?Em primeiro lugar, tão incomum como Lula, o Rio de Janeiro é um município-cidade e uma vitrine modelar sem precedentes do Atlântico Sul, que ainda não foi potencializada por nenhum prefeito. Com uma história complexa o Rio de Janeiro foi capital da Colônia, sede da Monarquia, capital da República, Estado da Guanabara e capital do Estado do Rio de Janeiro, sendo em cada etapa cobiçada por lideranças e elites, quase sempre mercantilista, que usaram mais a cidade do que a construíram para o bem estar da população. Essa atenção com a população foi compreendida pelo governo Lula, que colaborou com o governo estadual em projetos modelares, mas que não devem ser desarticulados por projetos de especulação neoliberal, que estão sendo encaminhadas pela atual prefeitura. Portanto a cidade maravilhosa precisa de Lula como real representante social e líder executivo experiente para fortalecer políticas públicas para todos e todas.
O segundo aspecto de relevância é que o Rio com natureza e sociedade mega diversa, com 157 bairros, que representam em micro-escala todos os problemas e necessidades de qualquer município brasileiro, poderá representar para o Lula uma inovadora experiência para induzir processos de vanguarda na reformulação de políticas locais.
O terceiro motivo é que em futuro próximo com os acontecimentos internacionais da COPA - 2014 e dos Jogos Olímpicos - 2016 devemos ter “o CARA” como prefeito do Rio. Precisamos de um experiente líder, rei de simpatia, precursor honesto de uma verdadeira cooperação e paz internacional. Além desses eventos, no mesmo sentido Lula será capaz de coordenar, junto com o governo federal e estadual, vários eventos e propostas para maior integração da América Latina, assim como receber no Palácio da Prefeitura do Rio diversos representantes internacionais, incluindo e facilitando acordos de cooperação entre cidades, o que é cada vez mais comum no mundo globalizado.
A quarta razão, tão ou mais importante, é que Lula na futura chefia da prefeitura do Rio poderá, através do seu bom senso e experiência de ex-presidente, compreender e solucionar grande parte dos entraves de relacionamento com o Estado e o Governo Federal, o que facilitará a melhor orientação das necessárias reformas políticas e tributárias. Evidentemente também seu exemplo de atuação terá desdobramentos multiplicadores para reformas de governança nas mais que 5.000 prefeituras brasileiras, que poderão ter então um líder natural dos prefeitos.
O quinto item, de caráter técnico, profissional e trabalhista é que o funcionalismo público da prefeitura do Rio e as suas instituições profissionais são de excelente qualidade e poderão ser potencializada por uma liderança sensível como a de Lula. Além disso, ele poderá contar com o apoio técnico-científico da maior concentração de instituições públicas de pesquisa e desenvolvimento do país, que estão sediadas no Rio.
O sexto motivo, focado na consolidação da forma participativa e compartilhada de fazer política, será a enorme possibilidade de aprimoramento das políticas de educação, saúde, geração de emprego e segurança, que poderão ter muito maior participação da governança da prefeitura se a experiência de Lula provocar uma melhor relação dos direitos e deveres entre todos os poderes públicos e a regulamentação justa para os empreendimentos privados.
Enfim outros motivos poderão ser relacionados, mas o mais importante de tudo é que em conversas com diversos trabalhadores e populares no Rio de Janeiro todos ficaram empolgados com a possibilidade de ter Lula como prefeito em 2013. Apenas os mais intelectualizados acharam isso impossível, o que não é motivo para inibir o LULA de aceitar ser um candidato em 2012 e será com certeza MUITO MAIS QUE UM PREFEITO EM 2013.