O Estado precisa repensar sua estratégia. Educação e distribuição de renda são dois ingredientes fundamentais para essa estratégia, caso contrário, construam mais presídios e contratem seguranças.
As notícias são de vários veículos, porém estão no site RIO BODY COUNT, que foi inspirado em outro site, o iraqbodycount.org (uma organização civil que se destina a contar o número de vítimas da guerra do Iraque). A idéia do grupo que criou o site, atualizado através de voluntários que buscam notícias em diversos jornais do Rio, é abrir a discussão sobre os altos índices de violência no Estado. De acordo com os organizadores os dados não são exatos, ou seja, o número real pode ser bem maior, já que muitos mortos e feridos da violência urbana não aparecem nos jornais. Fazem poucos dias que coloquei aqui no blog esse "contador de mortos e feridos" da violência urbana do Rio. Fiquei impressionado com o número que marcava o contador há mais ou menos duas semanas atrás: 899 mortos. Estou muito mais impressioando agora, pois o marcador já aponta para mais de mil mortes no Rio de Janeiro desde o início da contagem no dia 1º de fevereiro. Foram mais de cem mortes em pouco mais de duas semanas! Sabe-se, sem necessidade de uma maior explanação, que está acontecendo uma guerra em todos os sentidos da palavra, entre as facções do tráfico de drogas, e do Estado contra o tráfico. Essa violência no combate ao tráfico é o que gera esse clima de guerra, bem como um "quase estado de guerra" principalmente na cidade do Rio de Janeiro. Quando eleito, Sérgio Cabral disse que não usaria os conhecidos CAVEIRÕES nas operações nas favelas, e ainda foi mais longe, dizendo que as drogas precisavam ser legalizadas. Isso de fato diminuiria o tráfico. Parece que a vida humana não vale muito para nossas autoridades. Será que a guerra nas favelas do Rio, com pretexto de combate ao tráfico de drogas é razoável, com tantos mortos e feridos? É esse o caminho? Essa guerra não terá fim, e parece que estamos enxugando gelo. Ontem falando com um renomado jornalista sobre o assunto, disse que a situação não tem volta, e que o Estado precisa repensar sua estratégia. Não vou citar aqui quais as melhores maneiras de combate ao tráfico, porém, educação e distribuição de renda são dois ingredientes fundamentais para essa estratégia, caso contrário, construam mais presídios e contratem seguranças.
Um comentário:
Nossa... estou indignada com esses números!
É impressionante...
E aqui em São Paulo a coisa não deve ser muito diferente não...
Até quando?
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