Recebi os dois texto abaixo por e-mail e gostei muito! Foram escritos por uma pessoa que não conheço tão bem, porém como não sou "simpático", nem tampouco puxa-saco, sempre publico o que considero interessante. Neste caso gostei da sensibilidade da autora.
DOMINGOS
Domingos têm a brochura de um "Ulisses" de James Joyce:
são dias eternos, lentos, arrastados pelas suas mal-contadas horas.
Têm resquícios de amores passados, ensopando manhãs.
Têm arestas de indecisão ampliando seu quebra-cabeça incompletável pra esticar as tardes.
Têm desejos de alguma novidade.
Têm contradições e desperdícios,não têm conclusões, só indícios.
Domingos adiam suas noites pra causar impacto.
E quando nos acostumamos depois de ter andado entre sonhos,entre livros, entre bares, entre tédios, entre ansiedades,entretenimentos, entrelinhas...
Domingo, tal qual o mar, anuncia sua ressaca: uma segunda-feira vingará.
sus-URRANDO
O EU TE AMO foi sus-urrado para não assustar.
Mas o olhar pronunciou a frase toda em voz maiúscula.
Imediatamente após receber o último e-mail dessa "amiga" não tão conhecida, questionei sobre...disse-lhe que talvez estivesse um pouco "travado" para entender! Ao que ela me respondeu como segue:
"É quando a pessoa evita dizer algo que já tá explícito porque tem medo de que se revelando ela assuste o outro. Mas a boca cala, o olhar denuncia..."
Autora: Marla de Queiroz é poeta
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