quarta-feira, 29 de outubro de 2008

EXPRESSO MARINGÁ - LOTAÇÃO NÃO PERMITIDA 80 PESSOAS!


Antevéspera de Natal de 2005 cheguei à rodoviária de Maringá para comprar uma passagem que me levaria, junto com minha família, para Guaíra, onde pegaria um outro ônibus para o Mato Grosso do Sul, onde passaríamos as festividades de fim de ano.

Comprei duas passagens para Guaíra no guichê da EXPRESSO MARINGÁ , com data do dia vinte e quatro de dezembro, horário de oito horas da manhã.


O bilhete veio junto a uma propaganda da empresa desejando "Boas festas, feliz 2006", e ainda dizia: EXPRESSO MARINGÁ “onde você é tudo”.


Fiquei feliz ao ver que dentro desta propaganda vinha uma foto de um lindo ônibus, que por conhecer o código de defesa do consumidor, presumi ser o carro em que viajaríamos...


Grande decepção e indignação no dia marcado de nossa passagem, quando ao chegar ao local de embarque, percebi que nosso ônibus era um ônibus extra, fora das especificações e propaganda feita pela empresa!


Estaríamos viajando então em um ônibus da INGÁ TUR, sem ar condicionado e de categoria bem inferior à propaganda.


Ao me acomodar com esposa e filha, nas poltronas de numero 25 e 26, e tentar abrir a janela, uma vez que o ônibus era desprovido de ar condicionado, minha surpresa ao perceber que a janela, emperrada, não abria! Chamei o motorista para tentar me ajudar a abrir, porém sua tentativa também foi infrutífera!


Saímos de Maringá ás oito horas e dez minutos.


Ás oito horas e quarenta minutos estava saindo da rodoviária de Paissandu, com a lotação máxima do ônibus, e ainda oito passageiros adultos e três crianças em pé, sem lugar!


Chegamos ás oito horas e cinquenta e oito minutos em Doutor Camargo, onde desembarcaram dois passageiros. Ao sairmos da mesma rodoviária ás nove horas e cinco minutos, percebi que haviam embarcado mais cinco passageiros, perfazendo um total agora de 11 passageiros adultos em pé, e três crianças, que a essa altura já se acomodavam em colos.


Ás nove horas e trinta e tres minutos chegamos à rodoviária de Jussara onde descem quatro passageiros e sobem 15 adultos, sem contar as crianças, uma vez que a visão dentro do ônibus, de nossos lugares, começava a ficar impossível. Total 22 passageiros em pé, fora crianças...


Ás nove horas e cinquenta e sete minutos entram mais oito pessoas, perfazendo um total de 30 passageiros em pé dentro do ônibus. Entre crianças e adultos, sentados e em pé, nesse momento somavam-se uma média de 80 pessoas!
Ao chegar em Umuarama, procurei o encarregado da empresa, para quem relatei o fato, pois achava que era antes de tudo uma irresponsabilidade para com a vida de minha família e de todos os outros passageiros.
Nesse momento o passageiro Fábio Rogério, que havia tirado fotos, anota meu e-mail e diz indignado que me mandaria as fotos que estão aqui.

Fotos tiradas pelo passageiro Fábio que também ficou indignado com a situação.



Depois de tudo isso, resolvi entrar com um processo contra a empresa no Juizado Especial Civil de Maringá. Através de um advogado pedi uma indenização por danos morais, já que depois de viajar por todo o país de ônibus, nunca tinha sido tão aviltado como nessa ocasião.


Acabei por descobrir que a empresa era da família Constantino, os mesmos donos da Gol e da única empresa que tem o monopólio do transporte publico da cidade. Descobri também que a família Constantino havia morado em Maringá. Alguns amigos me disseram que era tempo perdido, pois dificilmente ganharia um processo contra alguma empresa da família na cidade.


Fui visitar a garagem da empresa para tirar umas fotos do ônibus e descobri que o tal ônibus havia sido colocado à venda! Porque? Seria pelo fato do ônibus realmente não ser mais útil para transporte de passageiros? Ou pelo fato do veículo estar mesmo tão avariado?

Bom, o processo demorou seis meses na mesa de um juiz leigo que daria a sentença para ser avalizada pelo juiz do Juizado Especial Civil de Maringá. Depois de tanto tempo veio a sentença IMPROCEDENTE! Achei aquilo o cúmulo! Acredito mesmo que tinha algo de estranho...


Agora, estou entrando com a mesma ação em nome de minha filha, menor, nascida no Rio de Janeiro, que não pôde sequer ser levada ao banheiro no momento que necessitava, já que a lotação de oitenta pessoas não permitia. Vamos acompanhar... aqui no Rio o buraco é mais em baixo!

Fotos tiradas pelo passageiro Fábio que também ficou indignado com a situação.

2 comentários:

dthyago82@gmail.com disse...

Rsrsrs... entra mesmo maninho. Vai dar rolo!

Mauro Bueno disse...

cara parabens pela iniciativa. Isso nos motiva a buscar nossos direitos.

Mauro Bueno

Compartilhe!