GABEIRA: BREVE BALANÇO
Em 1969, como integrante do MR-8, participou do seqüestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick em troca de 15 presos políticos da ditadura militar. Entre 1970-79 fica exilado, retornando ao Brasil com a anistia política, escreve o seu livro ''O que é isso Companheiro?'', onde faz autocrítica da sua militância e do seqüestro do próprio embaixador. Para Gabeira, toda a luta da juventude na época da ditadura militar passou a ser um mero período ''utópico'' da história, sujando a imagem dos muitos que lutaram e morreram pela redemocratização do país.
Depois da sua mudança de perfil, passou a defender questões pontuais de comportamento, hábitos e de direitos individuais, como a legalização da maconha. Seu novo perfil atinge setores eleitorais despolitizados e camufla os conservadores e reacionários, pois o mesmo passa a defender um ''novo capitalismo'' e não mais a mudança de todo o conjunto da sociedade.
Em 1989, se candidata a presidente e não chega a 1% dos votos.
Sua indecisão de onde se estabelecer mostra sua crise de identidade política: Do PV foi para o PT, voltou para o PV, ficou sem partido, voltou ao PT, ficou sem partido de novo e voltou ao PV.
Apoiou as privatizações, com destaque para a negociata de Daniel Dantas na privataria das telecomunicações.
De forma oportunista foi inflado pela mídia no caso Severino Cavalcanti no Congresso nacional, recebendo o apoio dos setores mais conservadores e atrasados da elite brasileira e carioca.
Em 2006 sai na capa da Veja como um defensor da ''ética'', a revista mais reacionária e mentirosa da história da mídia impressa brasileira. Essa revista é tão processada que daqui a pouco terão que abrir um tribunal de justiça só para ela. Com a ajuda da mídia e do apreço de setores ''apolíticos'' da elite zona-sul carioca se reelege deputado federal.
Em seus quatro (4) mandatos como deputado federal pelo Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, nunca apresentou um projeto na Câmara que beneficiaria a cidade e o Estado que o elegeu.
Em 2008 se candidata a prefeito do Rio, coligado com o PSDB, o Tucano-Verde recebe o apoio da mídia, da Globo, dos mais cobiçados produtores que conseguem vários artistas para o programa de televisão.
Gabeira na prática se alia ao que há de pior. Sua atual candidatura é uma fachada do PSDB, partido tão queimado no Rio que não conseguiria lançar candidato aqui. Seu vice é do PSDB, Luiz Paulo, que foi vice do governo desastroso, corrupto e completamente privatista de Marcelo Alencar.
A campanha do Gabeira também foi milionária, bancada pelo PSDB e pelas grandes empresas que bancam o PSDB. Todos os tucanos o apóiam pesado, FHC, Serra, Aécio, Alckmin.
Seu coordenador de programa de governo é o ex-presidente do Banco Central de FHC, Armínio Fraga, que articulou a privatização de 70 estatais do Brasil, entre elas a Vale do Rio Doce, a Telebrás e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), empresas nacionais que garantiam importantes investimentos e empregos no país e agora estão na mão do capital estrangeiro.
Na gestão FHC, Armínio Fraga, também pôs o Brasil como recordista mundial de juros altos, o que paralisa a produção do país e permite ganhos incalculáveis aos parasitas especuladores financeiros.
Armínio Fraga (Coordenador da campanha do Gabeira) também é dono da "Gávea Investimentos", empresa corretora da Zona-sul do Rio que faz especulação financeira, além, é claro, patrocinar e conseguir investidores para a campanha do Gabeira.
A Rede Globo e a mídia conservadora jogaram grande papel nesta falsa opção, a da criação do ''voto útil em Gabeira para impedir o bispo Crivella de chegar ao segundo turno''. No Globo de sábado, véspera da eleição, na internet, uma matéria sobre o último dia de campanha dos candidatos, dedicava 28 linhas a Gabeira e 4 a Jandira Feghali. E foi assim a campanha inteira.
Para não falar do golpe da Globo, comparável ao golpe da Proconsult, de a segunda cidade do país, o Rio, com 6 milhões de habitantes, ter votado na eleição, sem sequer ter existido um debate televisivo entre os candidatos. E a Globo, mentora do golpe, se escudou em desculpas das mais esfarrapadas para a não realização do debate.
A conversão na prática de Gabeira aos tucanos não é episódica, casual, representa a verdade o alinhamento com o conservadorismo político, escamoteado pelas posições dele sobre comportamento e toda a gigantesca operação da mídia por trás de sua candidatura.
No 2º turno, Gabeira recebeu o apoio do DEM (partido mais conservador e reacionário da história republicana brasileira, suas origens são do antigo "Arena" da ditadura militar, além de conter toda a oligarquia nordestina) e também do César Maia, atual prefeito que traz consigo 16 anos da mesma administração na cidade do Rio de Janeiro, afundando o município em desperdícios financeiros, corrupção, aprovação automática nas escolas, hospitais públicos em péssimo estado e epidemias de dengue. Gabeira será a representação da Nova Direita e a
continuidade dessa administração atrasada que César Maia esta de frente há 16 anos.
No seu último momento público de raiva, Gabeira mostrou seu preconceito pelos moradores da Zona Oeste. Numa conversa ao telefone, perto de jornalistas, Gabeira disse que a vereadora Lucinha (PSDB), eleita pela Zona Oeste, tinha "pensamento suburbano" e era uma "analfabeta política" por não concordar com a construção do lixão em Paciência.
Gabeira, na prática, é o candidato ecológico que vai tentar salvar da extinção os "tucanos" e a prefeitura do César Maia.
Se você acha que o futuro prefeito do Rio de Janeiro:
- Não deve ter um pensamento elitista.
- Deve governar para toda a cidade.
- Conhecer profundamente o território carioca e os seus problemas.
- Deve conhecer toda a área do município e não ficar fazendo "turismo eleitoral" pela cidade.
- Não deve ter preconceito com os moradores do subúrbio.
- Deve ter aliança com o Governo do Estado (Governador) e com o Governo Federal (Presidente).
- Não deve dar continuidade a gestão municipal de César Maia na prefeitura.
Se você quer um rumo novo para o Rio de Janeiro, então se junte a milhares de
cariocas e diga: ''Gabeira não!"
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