quarta-feira, 26 de novembro de 2008

DESVIO DE MEDICAMENTOS EM CASCAVEL

Mil trezentos e trinta e três quilometros me separam de minha filha mais nova, que mora em Cascavel, no Paraná. A cidade elegeu Edgar Bueno (PDT) para prefeito pela segunda vez. A população não gostou da atuação do atual alcaide, trazendo de volta o prefeito da gestão anterior ao atual. Notícias de desvio de materiais da saúde já estavam sendo investigadas pela Câmara de Vereadores. Durante minha estadia tomei conhecimento de uma nova denúncia feita à Secretaria de Saúde do Município, que ainda não foi divulgada pela mídia local. Uma funcionária do PSF(Programa de Saúde da Família), programa financiado com verbas do PAC, estaria desviando medicamentos. A funcionária teria desviado três mil comprimidos de remédios e , segundo uma funcionária que não quis se identificar, as próprias colegas de trabalho estariam acobertando a tal funcionária.

A cidade, apesar do aumento da violência, é agradável para se viver. Pude observar algumas coisas importantes que poderiam acontecer no Rio de Janeiro, como é o caso do transporte público. Se você pega por exemplo um ônibus em uma extremidade da cidade, você pode fazer até três integrações com uma passagem, cruzando assim todo o município.

Ontem levei minha filha em um parque , por sinal, muito bem conservado. Pude perceber que a população procura exercer sua cidadania cuidando bem dos locais de interesse público.

Hoje fui levar a pequenina para estudar. Ela está estudando em um colégio público, que nem de longe se compara aos do Rio de Janeiro, tanto na infra-estrutura, quanto no ensino. Outra coisa que me chamou atenção foi ver a institiução se mobilizando para eleger a nova direção, que ao contrário da Cidade Maravilhosa, promove entre pais e funcionários eleições todos os anos.
Levarei boas lembranças de Cascavel...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

NOVA OCUPAÇÃO NO RIO DE JANEIRO

Madrugada da última sexta para sábado recebo um telefonema de um documentarista que se encontrava dentro de uma ocupação que havia acabado de acontecer na Gamboa, centro do Rio de Janeiro. Era um pedido de auxílio para mobilizar a imprensa, já que do lado de fora do prédio recém-ocupado estavam paradas cinco viaturas do quinto batalhão da Polícia Militar. Peguei um táxi e me dirigi para o local. Ao chegar liguei de imediato para Che Oliveira, chefe de reportagem da TV RECORD. A hora já era avançada e fui logo me desculpando com o colega pela hora avançada. Eram duas e trinta da manhã e provavelmente ele já se encontrava dormindo. Expliquei a situação e dei o endereço para que a equipe da emissora se deslocasse até o local.



Do lado de dentro do prédio, fechado por cadeados, cerca de cem famílias com mulheres, crianças e idosos se mobilizavam para tornar o local habitável, enquanto uma comissão também tentava ligar para as redações para que a sociedade fosse logo informada de suas intenções pacíficas de ocupar um imóvel que não cumpria sua função social.



A primeira equipe a chegar no local foi do jornal O DIA. O jornalista Arthur Rosa e o fotógrafo desembarcaram e começaram seu trabalho. Logo depois chegou a equipe da TV RECORD e logo depois do jornal O GLOBO. A essa altura já eram três da manhã e confesso ter ficado muito feliz ao ver que a imprensa estava ali cumprindo seu papel.



Gostaria de ter escrito aqui no blog há mais tempo, porém no mesmo sábado tinha uma viagem marcada para ver minha filha que já não via desde Março. Ao chegar aqui em Cascavél, dediquei-me a dar atenção a pequena Kauanne e, ontem à noite saí para procurar uma lan house para publicar algo sobre a ocupação, que recebeu o nome de Machado de Assis. Hoje ao abrir meus e-mails percebi que vários companheiros haviam enviado as matérias que os colegas jornalistas fizeram naquela madrugada, que passo a publicar também aqui para maior elucidação dos amigos leitores.



______________________________________________



Famílias de Sem-Teto invadem imóvel na Gamboa



Arthur Rosa



Rio - Um grupo de 100 famílias petencente ao Movimento dos Sem-Teto invadiram no início da madrugada deste sábado o prédio industrial da Rua da Gamboa, 111, na Gamboa, Zona Portuária do Rio. O local, onde funcionava uma fábrica, estava desativado e os integrantes se basearam no Decreto Municipal 26.224, de 16/02/06, que declara o edifício como utilidade pública para fins de desapropriação.



Policiais militares do 5º BPM (Praça da Harmonia), em cinco viaturas, chegaram a se dirigir ao local para evitar distúrbios, mas a ocupação foi pacífica. Os ocupantes trancaram os portões com cadeados e declararam que não sairão de lá.



Os populares, de várias partes do estado do Rio, chegaram ao endereço por volta de meia-noite. A ocupação, batizada de Machado de Assis, teve apoio de estudantes e integrantes dos movimentos punk e dos Sem- Terra. De acordo com um dos líderes do movimento, o historiador José Maria, o objetivo é tornar o local um centro de referência cultural e acessível a moradias populares.



"Desde 2006, quando o decreto foi assinado pelo prefeito Cesar Maia, este imóvel está destinado a desapropriação. Como nada foi feito durante esse período, resolvemos tomar essa atitude", declara José. Esta é a quinta ocupação que o movimento realiza na cidade.



No momento da invasão havia um segurança da fábrica, que após conversar com os manifestantes, liberou a entrada. No prédio vazio, de 4 andares, havia apenas um ponto de luz e de água e os novos moradores tiveram que improvisar instalações para se alojarem. Entre eles, há muitas crianças e idosos, como a cozinheira Maria José Camargo, de 60 anos.



"Não tenho família e já faz tempo que estou desempregada. Não precisamos de muito, apenas um teto para morarmos", diz Maria, com lágrimas nos olhos. De acordo com José, cerca de 30 pessoas, a maioria estutandes, dão apoio às famílias. "O espaço é enorme e é possível torná-lo um prédio residencial. Não descartamos a hipótese de receber mais pessoas, visto que estamos amparados na lei", disse.



Por questão de segurança, após a entrada, os ocupantes trancaram o portão. Com a ajuda de integrantes do movimento, conseguiram alguns mantimentos para passar a noite e o dia de hoje. "Nossos advogados já estão cuidando da legalização da situação. A ocupação é, nada mais, que uma garantia de nossos direitos e que este edifício será das famílias. Temos estatutos, que prevêem a convivência harmônica e solidária entre todos. Não sairemos daqui", destacou José Maria.



Fonte: Jornal O DIA


_______________________________________



Sem-teto ocupam prédio na Zona Portuária



Ruben Berta



RIO- Cerca de cem famílias ocuparam no início da madrugada deste sábado um prédio de quatro andares no número 111 da Rua da Gamboa, na Zona Portuária. O grupo, que se apresentou por Ocupação Machado de Assis, contou com o apoio de mais de 30 pessoas ligadas a movimentos sociais, como estudantes universitários.



A entrada no imóvel ocorreu pouco depois de meia-noite. Segundo um jovem que se identificou como José Maria, um dos coordenadores do movimento, havia um segurança no local, que acabou deixando o prédio. Policiais do 5o BPM (Praça da Harmonia) foram acionados, mas não houve confronto. Os sem-teto passaram a madrugada limpando as dependências para poderem se instalar.



Além de cartazes, o grupo exibiu na entrada do imóvel uma cópia de uma página de um Diário Oficial de 17 de fevereiro de 2006, com um ato do prefeito Cesar Maia, que desapropria o imóvel para fins de habitação popular.



- Estamos ocupando o prédio para concluir o que o prefeito teve mais de dois anos para fazer e não fez - alegou José Maria.



Segundo o coordenador, estão no local famílias carentes de diversos pontos do Rio e até de fora do estado. A ocupação vem sendo planejada há 11 meses e o grupo realizou eventos para arrecadar alimentos para as pessoas que estão no imóvel, que pertenceria a uma indústria antes de ter sido desapropriado.


Fonte: Jornal EXTRA

sábado, 22 de novembro de 2008

NO OLHO DO FURACÃO

O que houve? O que aconteceu? Perguntava Roseli, minha esposa, ao me olhar com o celular ainda no ouvido e pálido. O Marcio morreu! O Marcio morreu! Não parava de repetir em voz baixa sem saber o que pensar ou falar. Ao telefone, acabara de falar com Élcio Braga, do jornal O DIA, que sempre me ligava com informações de primeira mão. Como foi? O que houve? Continuava perguntando Roseli, sem que pudesse conseguir parar de repetir a frase: O Marcio morreu! De repente os telefones, tanto de casa como o celular, começaram a tocar. Jornais e TVs de todo o país ligando por saberem de minha relação com o Marcio e com o Santa Marta, apesar de meu distanciamento já há mais de um ano.

Não sabia o que dizer! Não tinha o que dizer e nem tampouco poderia me manifestar, afinal, Marcio tinha sido morto dentro de Bangu III, presídio onde o visitei por inúmeras vezes. A situação era bem delicada. Cada minuto parecia não ter fim, e os telefones não paravam de tocar. Resolvi desligá-los e só deixar o número de celular de minha esposa ligado, e passá-lo só para o pessoal da imprensa em quem mais confiava. Falei com Carla Rocha, e logo após com Jan Theophilo, ambos de O GLOBO. Jan passou no apartamento onde morava, perto do Morro da Mangueira, para falar comigo pessoalmente. Marina Amaral da revista CAROS AMIGOS, me ligou e disse: "Alguém tem que defender o Caco!" Não acreditava que o Marcio tivesse morrido por conta do livro como estavam tentando dizer, porém, por não saber o que estava acontecendo, disse: não posso dar declarações no momento Marina, e sei que o Caco vai entender, pois estou aqui no olho do furacão.

Confesso que aquela noite parecia interminável! Havíamos acabado de receber meses antes um dos maiores presentes de nossas vidas, nossa filha Kauanne, que nascera no mês de maio. Todas as favelas, e até mesmo o pessoal do sistema penitenciário sabiam onde morávamos! Não sabíamos o que tinha acontecido de fato com o Marcio, e quais os motivos que levaram a executá-lo em Bangu, por isso temíamos por nossa vida naquele momento. Confiava acima de tudo em Deus, como sempre fiz, principalmente nos momentos de perigo, não poucos, que vivi durante mais de uma década nas favelas do Rio.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

terça-feira, 18 de novembro de 2008

BARCELONA É FEMININA

*Eliane Martins
Fui ver o último filme do Woody Allen e saí do cinema resmungando sozinha. Com tanta coisa interessante acontecendo no mundo, o cineasta velho e caduco continua falando de amor, sexo e orgia. Exibe cinicamente seus pretensiosos clichês antigos, acompanhado de imagens cada vez mais irresistíveis. Desvelando a gasta e rota tragédia da vida com sabor de coisa já vista.

O mal estar começou na entrada do cinema e a constatação do fiel público das tardes de sábado, que envelhecia. Ao meu lado, na última fila, um senhor de meia idade lia concentrado o livro que acabara de comprar, enquanto vez por outra alguém entrava na sala e manifestava uma suspeita euforia, provavelmente ao reencontrar um amigo aposentado que há anos não via. Esposas com sacos de pipoca ou uma amiga de companhia, entravam antes das luzes se apagarem e diminuir o burburinho.

O leitor distraído agora dava atenção à mulher e comentava do livro que tanto queria. As luzes se apagaram e o movimento na tela começa a reivindicar um tipo de concentração intelectual de respiração contida. Nada que aquele público desconhecesse ou já não tivesse imaginado cabível naquele retângulo imprevisto. A familiaridade dos movimentos se reafirma na narrativa, lugar de onde o autor se confunde com a obra, agora de forma invisível. A reação escandalosa do público quase sempre me irrita, não há motivos pra tanto riso.

Duas amigas americanas viajam de férias a Barcelona e tudo acontece em função desta viajem, como a sinopse avisa. Dentro do carro, enquanto viajam distraídas, o diretor vai delineando seus perfis caricatos na terceira pessoa, nos confidenciando as eternas inquietações de um homem excêntrico e exibido. Realçando sua presença incomoda e insistente, num sussurro de voz estridente que avisa todo o tempo quem dirige a película. Seu modo particular de narrar os personagens é como um velho conhecido. Como é conhecida a criteriosa escolha de belas mulheres, unida à uma eterna disposição em discorrer sobre o insolúvel conflito de relações, como drama central da vida. Não importando o lado da narrativa, apenas confirmando a inutilidade de qualquer tentativa.

A arte, com suas cores e energia, corrompe o olhar em direção à cidade escolhida, com destaque para a vida cultural emergente e suas recentes produções artísticas. É verão e Barcelona explode com sua arquitetura exuberante e seus costumes vivos, sendo vista primeiro de cima, da mansão do velho e pálido casal americano que hospeda as duas amigas. Em meio ao jardim florido o previsível casal mantém os traços da terra estrangeira à mesa, servida com todo o requinte. Enquanto comem, bebem e se confidenciam, discutem e interrogam sem nenhum pudor acerca do que é útil e indispensável à vida. E sobre os modos práticos de colocar estas verdades em dia.

Mais tarde, no grande salão de festas de uma exposição, o terceiro personagem da cena desfila pelas quinas, tendo como traço a camisa vermelha e o olhar sedutor, em eterna posição de conquista. As extravagâncias amorosas do galã - um convite inesperado para uma viagem decisiva - constroem um roteiro pouco convincente de triangulação, recheado de velhas e esvaziadas trapaças, grotescamente reproduzidas. Bem ao estilo do diretor, as cenas de sexo são propositalmente mal focadas e quase sempre partidas ao meio, ou interrompidas.

A sensualidade irresistível da mulher espanhola – antes uma citação, mais tarde uma aparição fantasmática de passionalidade incontida - ocupa metade das cenas seguintes, entre o inglês e a resistência da língua nativa. A mulher que retorna sempre em nome da paixão sem medida, interrompe brutalmente nas cenas decisivas, mudando pateticamente o sentido. Sem ser nunca compreendida, não importando nem mesmo a língua. Os excessos do autor desnudam o universo de contradições culturais embutidas por trás de costumes e estereótipos exagerados, com o quais ele se diverte sempre, na pele dos personagens. Especialmente os femininos.

O homem que estava do meu lado levantou-se empolgado enquanto a tela exibia os créditos finais. Woody Allen continua o mesmo, dizia ele em tom de euforia. Levei alguns dias para refletir sobre o que fui fazer ao cinema, além do hábito de pertencer a uma geração que aplaude o desencanto e ainda reconhece nele alguma poesia. Devem ser as ruas desconhecidas de Barcelona, misturada a uma boa dose de melancolia. Ou a mulher que ri sozinha dentro de mim, enquanto acende um cigarro e caminha pensativa. Pobre alma feminina, talvez Barcelona seja uma menina.
*Psicanalista

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Deu na GRANDE mídia...

PARTIDO APERTA EDUARDO PAES
O PT do B ameaça pular para a oposição a Eduardo Paes. O partido, que elegeu três vereadores, espera conversar sobre participação no governo com o prefeito eleito: não gostou da proposta de ficar apenas com regiões administrativas e subprefeituras.
Fonte: Jornal O DIA - Informe - Pg. 04 - 17/11/2008

domingo, 16 de novembro de 2008

PERFIL DO DIÁRIO ANDRÉ FERNANDES NO ORKUT

Com o perfil no orkut posso manter contato com os leitores, bem como colocar centenas de fotos para todos verem.
Maneira facíl de se comunicar com visibilidade para todos. Acrescentem o perfil do blog em seu orkut e veja fotos do meu trabalho, das eleições, das noites, festas no Rio e muito mais! Quem sabe você também não está lá na foto?

Para acrescentar o perfil, copie e cole o link abaixo:

Compartilhe!